A Fundação Educacional Mandacaru – FEMAN, pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com sede na Rua Professor Madeira, nº 1555, Sala 204, Edifício São Bento, CEP 64.052-480, Horto Florestal, Teresina/PI, gerida pelo professor e advogado Marivaldo Macêdo e pela professora Catarina Santos, realizou no último final de semana importantes atividades educacionais na comunidade quilombola de Artur Passos, no município de Jerumenha, a 315 km de Teresina/PI.
Essas brilhantes atividades educacionais estão inseridas no projeto Flor de Mandacaru: Semeando Sonhos, Arte e Cidadania que, naquela comunidade, é executado com enorme maestria pela educadora social Tina Ribeiro, que mesmo em condições adversas, em pleno sertão, consegue fazer um excelente trabalho educacional, desenvolvendo, de maneira lúdica e criativa, competências e habilidades nas crianças e adolescentes inscritas no projeto, que estão praticamente à mercê da sociedade.
Embora saibamos que a educação é um direito de todos e dever do Estado, nos termos do art. 205 da Constituição Federal de 1988, no mundo real, o que se verifica, ano a ano, é uma queda nos índices de avaliação externa (como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, por exemplo), algo muito triste e lamentável, uma vez que os mais penalizados são àquelas pessoas desprovidas de condições financeiras, que não podem estudar em escolas privadas, e pelo que se sabe, o problema da crise educacional pública no Brasil, e no Piauí, particularmente, não é somente por carência de recursos financeiros.
Neste final de ano letivo, por exemplo, a imprensa noticia que tem prefeituras, como o caso de Riacho Frio, no Sul do Piauí, distante 865 Km de Teresina/PI, que o prefeito enviou um projeto de lei à Câmara Municipal, prevendo o pagamento do 14º, 15º e 16º salários para os servidores da Educação Municipal (www.gp1.com.br – 23.10.2024), nada contra, pois esses profissionais precisam mesmo ser valorizados, afinal de contas, o trabalho desenvolvido é árduo e extremamente desgastante, mas embora tenha esse acréscimo pecuniário nos contracheques dos atores sociais da educação, a qualidade do ensino deixa muito a desejar. Nesse município, a título ilustrativo, no último IDEB (cuja nota varia de 0 a 10), referente ao diagnóstico de 2023, as notas foram às seguintes: anos iniciais (4,6) e anos finais (3,9). Essas notas são humilhantes, para o município e, principalmente, para os alunos, que não estão aprendendo e, consequentemente, ficarão para trás no longo trajeto da história, porque, dessa forma, os discentes jamais terão condições de concorrer em pé de igualdade, nesse exíguo mercado de trabalho, com alunos advindos de escolas privadas. Assim sendo, é preciso fazer uma análise aprofundada a respeito dessa triste realidade enfrentada pelos estudantes de Riacho Frio, e de quase a totalidade dos municípios do estado do Piauí, em que o mundo real não destoa muito dos riacho-frienses.
Enquanto isso, os membros da FEMAN continuam realizando o seu trabalho, de forma responsável, e sem nenhum fim lucrativo, contribuindo com o avanço educacional em regiões do nosso estado, praticamente esquecidas pelos gestores públicos, algo deplorável, até porque enquanto os filhos de pessoas pobres estudam nessas escolas de baixo nível de aprendizagem, os filhos “bem-nascidos” dos gestores estudam em escolas privadas (e caríssimas) em Teresina/PI e/ou outras cidades do Brasil e, inclusive, do exterior, situação que precisa ser modificada com urgência, sob pena de presenciarmos um fosso socioeconômico, ainda maior, entre os estudantes de escolas públicas e os oriundos de escolas privadas, o que é extremamente imoral e injusto.





